Fiz este texto como trabalho da disciplina Inteligência Computacional...
Confesso que foi preciso viajar um pouco, mas a base é real!
Máquina humana e humano máquina
A cada dia mais os humanos e máquinas se compreendem melhor, melhores interfaces de comunicação entre humanos e máquinas é um gargalo para que a ficção científica se torne cotidiano.
Imaginando a relação que humanos têm com computadores, é razoável pensar que existe um limitador quando à quantidade de informações que entram para a máquina, por exemplo, não conseguimos inserir em um texto palavras com a mesma velocidade que pensamos em palavras distintas.
Em contrapartida, os computadores têm poder de devolver dados que os humanos não podem assimilar tão rapidamente. Por exemplo, uma busca em um site de buscas na internet, os resultados oferecem páginas e páginas de conteúdo, praticamente instantaneamente, e um ser humano leva algum tempo para conseguir assimilar o conteúdo de uma das páginas.
Como o conceito de agente é bastante abrangente, podemos enxergar um humano como um agente, e de igual maneira uma máquina. O que retém, porém a completa ou quase completa interação entre estes dois agentes? Na realidade parece que estes dois agentes estão competindo, conflitando por terem diferentes tipos de sensores, que neste caso fazem tarefa de entrada e saída de informações.
Uma ótica interessante é re-avaliar as formas como uma máquina recebe informações de humanos. As fábricas de equipamentos têm investido cada vez mais em telas sensíveis ao toque, e de certa maneira abrem uma nova gama de possibilidades de interação humano x máquina. Porém ainda assim, a máquina estará fadada à habilidade dos humanos de manusear a interface gráfica, sendo estas telas ainda um gargalo inaceitável à revolução esperada.
Uma maneira ideal para transmissão de informação entre humano e máquina, seria a captação dos pensamentos humanos pela máquina. Porém isso é futurista demais para a capacidade tecnológica atual. Uma solução interessante seria a captação da fala humana, já que a voz já é um dispositivo de saída, que tem inclusive características interessantes.
A primeira característica interessante da fala, é que os dados por ela repassados já são filtrados – têm sequência lógica, enquanto que o pensamento muitas vezes é uma “tempestade”, várias coisas passam pela cabeça de quem está pensando, e muitas delas são desconexas entre si, há desvios e quebras de sequência lógica. O que pode ser computacionalmente impossível de planejar, prever e descrever.
Já existem sistemas capazes de assimilar a voz humana, e isso é outro ponto positivo, porém ainda há muito a evoluir, pois a máquina deverá ser capaz de reconhecer a linguagem natural humana, sem regras, livre de contexto, o que ainda não se conseguiu com as tecnologias detidas.
Destrinchando este problema, encontramos algumas barreiras gigantes a serem derrubadas, por exemplo, como representaríamos o conhecimento linguagem? E as várias línguas? Como seria a busca por informações ao banco de conhecimento? Elas seriam rápidas o suficiente para manter uma conversa com um humano? Isso sem contar a necessidade irrefutável de aprendizado, pois a língua não é morta, evolui, modifica, e seria impossível atualizar todo o maquinário a fim de manter a capacidade de falar no “dialeto” atual.
Todas as variáveis e problemas gerados pela complexidade da fala humana têm que ser analisadas separadamente para uma melhor compreensão - a velha máxima de dividir para conquistar. Porém essas variáveis não podem ser analisadas como se não tivessem dependência entre si, uma coisa está muito atrelada à outra. Não há como, por exemplo, encontrar uma variável ótima para tomada de decisão sem levar em consideração o tipo de aprendizado utilizado, se por reforço, observação ou alguma outra ainda a se desenvolver.
Provavelmente por este motivo o estudo e desenvolvimento das redes neurais são tão importantes, provavelmente aproximar as duas arquiteturas dos agentes, humanos e máquinas, seja a forma mais adequada de chegar a uma solução a essa problemática complexa.
Afinal é importante levar em consideração a maneira como o cérebro humano funciona, mesmo que muito superficialmente, devido à nebulosidade das questões relacionadas a este órgão.
Mas a mais importante característica da fala é a velocidade com que podemos transmitir informações com esta porta de saída. Praticamente a mesma velocidade com que um cérebro chega a uma conclusão. E ainda há maiores possibilidades, se unirmos vários atuadores humanos como a própria voz, as mãos e movimentos e quem sabe a expressão facial também, fazendo todos estes elementos uma forma de transmitir dados à máquina, diminuindo ao máximo o tempo que um humano leva para dizer à máquina o que quer.
Quando todas essas coisas forem tecnologicamente possíveis, não estaremos mais construindo robôs, nem desejaremos que eles sejam autônomos, pois este pensamento já estará ultrapassado. Não havendo dificuldade de comunicação com máquinas, as máquinas serão ferramentas praticamente incorporadas (talvez realmente incorporadas) aos seres humanos. E fica difícil pensar em um computador que está tão ligado a um humano ser independente, desligado do mundo, autônomo...